Com certeza você já ouviu falar sobre Martinho Lutero, e o que se ouve ou lê, geralmente faz parte do estereótipo de “reformador” da Igreja, de revolucionário e astuto teólogo, que humilhou a doutrina católica sozinho. Pois bem, quem defende ideias tão absurdas quanto as citadas acima, não tem sequer um milésimo de credibilidade, pois nega a real face deste personagem.
Martinho Lutero nasceu em Eisleben, Alemanha, a 10 de novembro de 1483, filho de camponeses, foi educado em uma disciplina católica e desde tenra idade o menino Lutero aprendeu, entre outras coisas, a rezar pedindo intercessão dos santos, ser caridoso e também aprendeu a respeitar a Igreja. Aos cinco anos, Lutero começou a estudar latim em uma escola local e aos 12 anos, foi aluno de uma escola pertencente a uma irmandade religiosa em Magdeburgo. Em 1505 recebeu grau de Mestre em Artes da Universidade de Erfurt, e naquele mesmo ano, iniciou seus estudos em Direito. Pouco tempo após iniciar os estudos, Lutero resolveu tornar-se monge – para fugir das consequências de um homicídio que teria cometido, conforme vídeo abaixo [1] - entrou no Mosteiro Agostiniano de Erfurt. A sua ordenação presbiteral foi em 1507. Em seguida, deixou o Mosteiro para ensinar filosofia moral na Universidade de Wittenberg. Continuando seus estudos, Lutero obteve o título de Doutor em Teologia. De 1513 a 1518, ensinou Teologia Bíblica na Universidade de Wittenberg. Nessa época, começou a ganhar fama pela região.
Porém os seus constantes estudos não mudavam dentro de si a tacanhez de sua alma, a ponto de que o famoso iniciador da “deforma” protestante começou a sentir um profundo desespero, conforme diz o site Hora Luterana: “Após certa idade, Lutero começou a ser afligido por uma angústia que pode ser sintetizada em uma pergunta: se o coração da pessoa é governado pelo pecado, como pode esperar salvação diante de Deus? Por causa do que havia aprendido, procurou resposta – e paz – através de boas obras, incluindo jejuns e autoflagelação. Contudo, seu sentimento de incapacidade para sentir paz diante de Deus continuou levando-o às portas do desespero.” [2]
Mas por quê Lutero se sentia tão desesperado? Bom, o reformador protestante não foi assim tão gênio quando propôs essa tal reforma: ele apenas queria justificar para si e para a sociedade a vida pecaminosa e sem sentido que ele levava. Existem trechos muito duros – e até assustadores – dos escritos de Lutero, incluindo os que coloco abaixo: “Seja um pecador, e deixe os que vossos pecados sejam fortes, mas deixe que vossa confiança em Cristo também seja forte, e nos glorificamos em Cristo que é a vitória sobre a morte, o pecado e o mundo. Nós cometemos pecados enquanto estamos aqui, pois esta vida não é um lugar onde resida a justiça … Nenhum pecado pode nos separar d’Ele, mesmo se estivéssemos a matar ou cometer adultério milhares de vezes por dia.” [3]
Lutero constrói suas ideias com base na ideia de que o ser humano é comandado pecado, e como tal só é remido pela fé em Jesus Cristo, renegando as boas obras na santificação. Santificação essa, que o reformador também descarta, decretando que não importa o quanto pequemos: importa o quanto amemos a Deus. Prossigamos:
“Um camponês é um porco, pois quando um porco é abatido é morto, e da mesma forma que o camponês não pensa em outra vida, caso contrário ele iria se comportar de maneira muito diferente.”[4]
Talvez a hora mais escura de Lutero foi a ter tido parte em uma revolta de camponeses, que findou-se em um massacre de pessoas humildes. Martinho ingênua e vagarosamente fomentou a inquietação dos camponeses em suas publicações. Começando por uma intitulada “Sobre a Autoridade”, na qual ele criticou a classe aristocrática - ou em termos hodiernos, burguesa - com insultos, como “As pessoas não podem, as pessoas não vão, aturar sua tirania e capricho por qualquer período de tempo. ” (Ibid., p. 223.) E também, “… o pobre homem, na emoção e tristeza por conta dos danos que sofreu em seus bens, seu corpo e sua alma, foi muito tentado e tem sido oprimido por eles além de qualquer medida, da forma mais pérfida. Doravante, ele pode e não vai mais tolerar esse estado de coisas, e, além disso, ele tem muitas razões para irromper com o malho e o clube como Karsthans ameaça fazer “. (Ibid., p. 225.)
No entanto, quando a rebelião chegou, ele se virou a casaca, na publicação do folheto, “contra as hordas de assassinos e voraz dos Camponeses”, incitou os senhores governantes a “apunhalá-los secreta ou abertamente, como puderem, como seria ao matar um cão raivoso. ” (Ibid., p. 235.) Estima-se que cerca de cem mil camponeses perderam suas vidas. (Ibid., p. 237.) "Ele mais tarde diria aos seus discípulos que o seu axioma fundamental – que os seres humanos são justificados só pela fé – lhe veio a princípio enquanto ele estava sentado no sanitário." [5]
Você com certeza já ouviu falar nos cinco solas protestantes: Sola Gratia, Sola Fidei, Sola Scriptura, Soli Deo Gratia e Solo Christus. Conforme a citação acima, de uma reportagem do Jornal Gazeta do Povo, de Curitiba, que entrevistou a autora do livro "Martin Luther: renegade and prophet" e fez esta curiosa declaração de que o aforismo relacionado a ação exclusiva da fé na justificação do homem, fora desenvolvido no banheiro. Não é de se estranhar a hora inapropriada - ou ironicamente apropriadíssima - em que lhe surgiu tal ideia estapafúrdia de que o homem poderia ser salvo somente pela fé, contradizendo São Tiago (Tg 2,14) e o seu próprio aforismo de sola scriptura. A autora também mostra que "na maioria das suas obras, bem como em suas cartas particulares, ele combinava argumentos inteligentes com vituperações e zombaria virulentas. Os bispos eram sodomitas. O Papa era o Anticristo." Mas a real marca registrada de Martinho Lutero era a hipocrisia e a seu grotesco dom para a contradição.
Lutero e a Santidade
Lutero não acreditava na santidade, e caluniava a Igreja, dizendo que aos homens era impossível ser santos e que somos incapazes de amar. Na sua teologia há espaço apenas para o amor de Deus que é dado aos homens, mas não há espaço ao amor dos homens, que deve ser dado ao Senhor. Ai está o desespero de Martinho Lutero: a sua falsificação da misericórdia fez com que se deparasse diante de um abismo colossal para com Deus. Leia apenas a descrição de uma aula do Padre Paulo Ricardo sobre Teresinha, Lutero e a Misericórdia de Deus:
Para Santa Teresinha, a misericórdia divina se manifesta na pequena via — caminho extraordinário pelo qual todos podemos ser santos e oferecer a Deus o amor que ele merece. A misericórdia de Lutero, ao contrário, é uma falsificação: devemos nos contentar com a vida de pecado e egoísmo, para depois entrar no céu camuflados pela fé. [6]
Lutero diz que o ser humano é pecador, e por causa do pecado original se tornou corrupto. Segundo, ainda, sua teologia, a fé é como um véu que encobre essas misérias, e nos traveste de justos e merecedores do céu.
Em resposta à essa dúvida que começou a ser gerada em diversas cabeças católicas, sobre a verdadeira vocação de todos à santidade, o Concílio Vaticano segundo decretou no número 39: Todos na Igreja, quer pertençam à Hierarquia quer por ela sejam pastoreados, são chamados à santidade, segundo a palavra do Apóstolo:«esta é a vontade de Deus, a vossa santificação» (1 Tess. 4,3; cfr. Ef. 1,4). [7]
Mas a resposta para Lutero, já havia sido dada lá no século XVI, por Santa Teresa d'Ávila, em seu livro "Castelo Interior", apresenta uma comparação, mostrando que no centro da alma humana, há a Santíssima Trindade. O pecado, para Teresa é como que um véu que encobre a verdade da grandeza da alma humana. [8]
Notas:
[1] Livro "Martinho Lutero: sua juventude e seus anos de estudo de 1483 e 1505" do Dr. Dietrich Emme. [2] Informações do site Hora Luterana, disponível em: http://horaluterana.org.br/quem-foi-martinho-lutero/ [3] “Que os vossos pecados sejam fortes", a partir de “O Projeto Wittenberg, O Segmento Wartburg”, traduzido por Erika Flores, de Saemmtliche Dr. Martinho Lutero Schriften, Carta n º 99, 1 de agosto de 1521. [4] "Schlaginhaufen", "Aufzeichnungen", p. 118, citado ibid., P. 241. [5] Renegado e profeta: o lado sombrio de Martinho Lutero, líder da reforma protestante, por Jornal Gazeta do Povo, disponível em: http://www.gazetadopovo.com.br/ideias/renegado-e-profeta-o-lado-sombrio-de-martinho-lutero-lider-da-reforma-protestante-8n97vqyokgm9hah5gfdlocaet [6] Santa Teresinha, Lutero e a Misericórdia, por Padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior, disponível em https://youtu.be/pXH1-zDZiBQ. [7] Constituição Apostólica Lumen Gentium (Luz dos Povos), sobre a Igreja, disponível em http://www.vatican.va/archive/hist_councils/ii_vatican_council/documents/vat-ii_const_19641121_lumen-gentium_po.html. [8] Por que para os protestantes não acreditam na santidade? Por Padre Paulo Ricardo, disponível em: https://youtu.be/FRn-vELG9pc. Outras Fontes: 1 - Martinho Lutero: os absurdos pregados pela pai do protestantismo | Ecclesia Militans Em https://igrejamilitante.wordpress.com/2011/02/03/martinho-lutero-o-absurdos-pregados-pelo-pai-do-protestantismo-evangelico/ 2 - Série "O Diabólico Lutero", de Cooperadores da Verdade. Comemorar o quê? | https://youtu.be/WNS8Hggb8YU A Bíblia deformada | https://youtu.be/EBIFA6nZL3Y A seita do mal | https://www.youtube.com/watch?v=z22f0IZpIfY Vamos Agir | https://www.youtube.com/watch?v=z22f0IZpIfY 3 - 500 anos da sola, de Santa Carona, disponível em: https://youtu.be/CQSG1oge7C4
Comentários
|