Certamente você já ouviu falar sobre os Templários, mas afinal, quem eram estes e por que motivo se chamavam assim? O que motivou a criação desta ordem militar católica? Então, vejamos: Submetidos à Santa Cruz, ou seja, à fé cristã, até então única e genuinamente católica, homens católicos de diversos reinos da Europa - em especial os franceses, que mais tarde se tornaram expoentes desta ordem, ao que todos eram chamados "francos" - formaram sob as bênçãos clericais e impelidos pelas ideias de São Bernardo de Claraval a Ordem dos Cavaleiros Pobres de Cristo e do Templo de Salomão. As Cruzadas ou o início de tudoAs Cruzadas medievais foram intentos militares realizados por cristãos de diversas partes do continente europeu, para a tomada de Jerusalém, que havia sido usurpada por infiéis árabes, que eram também muçulmanos. Desde longínqua época até os dias hodiernos, a peregrinação aos lugares sagrados e marcados pela vinda de Jesus ao mundo é uma das expressões mais marcantes na vida de um cristão. Eis o que diz o prof. Felipe Aquino:
Já por volta do século VII a expansão árabe muçulmana destroçou inúmeras comunidades cristãs em territórios como a Síria, Palestina, Egito, norte da África, e Espanha em seguida. Por volta do ano 638, a cidade santa de Jerusalém foi ocupada por exércitos muçulmanos e uma parte de seu território, transformado em cidade Árabe. Qualquer cristão que ousasse viver ou sequer passar ali, sofria diversas investidas e não raras vezes era expulso. Eis que então tornou-se extremamente difícil a vida cristã em tal cenário de violência e truculência. Em torno de 1009, o califa muçulmano Hakim mandou que se destruísse a basílica do Santo Sepulcro - local onde Jesus havia ressuscitado - e durante dez anos moveu contra cristãos e judeus perseguições implacáveis, que iam de opressão, perseguição e prisão, até sequestros, torturas e mortes. Foi então que em legítima defesa, monarcas cristãos de toda Europa ocidental responderam com uma ofensiva militar, intituladas cruzadas pela marca perene da Cruz da Terra Santa, selo indubitavelmente intrínseco à missão que lhes era confiada. Contrariando a crença de muitos, não foi apenas uma vez que homens do ocidente se reuniram militar e espiritualmente para defender a honra dos locais sacros da terra natal do Salvador, mas sim diversas vezes. Há relatos de que houve na Alta Idade Média cerca de dez movimentos militares religiosos para a defesa dos territórios sagrados, ao que salta aos olhos a diligência e o destemor do povo medieval, que via na religião e em Deus o sentido único de suas vidas, e pelo qual deviam lutar a todo custo. - Para saber mais sobre as diversas investidas, leia o artigo "O que foram as Cruzadas?" do Prof. Felipe Aquino. Faz-se importante ressaltar que tais atos de defesa da fé e dos santos tesouros que em Jerusalém se encontram não são contra-testemunho dos cavaleiros cruzados. Ao que ressalta o prof. Felipe: Na verdade as Cruzadas não foram um fracasso ou um contra-testemunho dos cristãos. Não se pode deixar de sublinhar em primeiro lugar o que de positivo as Cruzadas representam. A fé e o amor dos cristãos, na Idade Média, demonstraram a grandeza do seu amor a Cristo. E, além disso, as Cruzadas trouxeram benefícios no plano cultural e científico. O contato entre latinos, gregos (bizantinos) e árabes trouxe um avanço na matemática, medicina, indústria, comércio e outros ramos das atividades humanas; desenvolveu a navegação e modificou as condições econômicas da sociedade feudal. Preparou o grande surto das artes e das ciências exatas nos séculos XV/XVI. Dai paz, ó Senhor, em nosso tempoAssim como diversas outras instituições religiosas e militares que foram criadas durante a Idade Média, os Templários eram conhecidos pela sua bravura na luta pela paz. Nasceram em torno dos séculos XI e XII, a partir da congruência entre os monges e os cavaleiros medievais - que lutavam por seus reinos - que era seu profundo amor pelas coisas sacras e a profunda bravura e destemor de dedicar-se única e exclusivamente ao Senhor. Uma das características dos Templários era a profunda espiritualidade que possuíam e os votos de castidade, pobreza e obediência à Igreja, aos quais também se sujeitavam os monges. São Bernardo de Claraval, doutor da Igreja e um dos defensores dos monges cavaleiros de sua época, ao se referir a eles, disse: “Não sei se os devo chamar monges ou cavaleiros; talvez seja necessário dar-lhes um e outro nome, pois eles unem, à brandura do monge a coragem do cavaleiro” (De laude nova emilidae (IV, 8). [2] Em um ambiente de guerras e perseguições aos cristãos por parte dos turcos e muçulmanos, fazia-se necessária proteção armada, para que os fiéis que ousassem visitar os locais do nascimento, vida, morte e ressurreição de Jesus, voltassem a salvo aos seus familiares, sem que fossem hostilizados, perseguidos, ou até mortos por aqueles que lhes odiavam. Era essa a finalidade da Ordem dos Templários: guardar na santa paz do Senhor aqueles que estivessem em peregrinação pela Terra Santa, e conservar sob domínio da Igreja Católica e de seus fiéis, as basílicas alí construídas por Santa Helena, mãe do imperador romano Constantino, por volta do século IV. Além de seus feitos no campo militar e marítimo, os cavaleiros Templários deixaram também seu legado na música clássica, com belíssimos cantos gregorianos, como o que está acima: Da Pacem Domine (Dai a paz, ó Senhor em nosso tempo), e Crucem Sancta Subiit (Submetido à Santa Cruz). E seus talentos não se reduziram à guerra, ou às artes, também são intitulados precursores dos bancos privados [3] e desenvolvedores de um sofisticado sistema de trocas que teria servido como base para o sistema atual. Notas:
[1] O que foram as Cruzadas? Por Professor Felipe Aquino. Disponível em cleofas.com.br/o-que-foram-as-cruzadas/; [2] Os Cavaleiros Templários existiram? Por Professor Felipe Aquino. Disponível em cleofas.com.br/quem-eram-os-cavaleiros-templarios/; [3] A incrível história de como os cavaleiros Templários "inventaram" os bancos, por Tim Harford, da BBC Rádio 4 com tradução de BBC Brasil. Disponível em: www.bbc.com/portuguese/geral-38804987; Outras Fontes: [1] Um Cristão na Idade Média, por Professor Felipe Aquino. Disponível em: cleofas.com.br/um-cristao-da-idade-media-2/; [2] Origem dos Templários (primeira aula do curso sobre a Ordem) - Curso do Padre Paulo Ricardo, disponibilizado para assinantes do site. Disponível em: padrepauloricardo.org/aulas/introducao-sobre-os-templarios; [3] História de São Bernardo de Claraval, por Cruz Terra Santa. Disponível em: cruzterrasanta.com.br/historias-de-santos.aspx?idsanto=131#c; [4] Escritos Católicos: São Bernardo e os Templários (I), por Escritos Católicos. Disponível em: escritoscatolicos.blogspot.com.br/2016/10/sao-bernardo-e-os-templarios-i.html; [4] Escritos Católicos: São Bernardo e os Templários (II), por Escritos Católicos. Disponível em: escritoscatolicos.blogspot.com.br/2016/11/sao-bernardo-e-os-templarios-ii.html; [5] Quem eram os templários?, por Mundo Estranho. Disponível em: mundoestranho.abril.com.br/historia/quem-eram-os-templarios/.
Comentários
|