Há no seio da Igreja Católica uma corrente forte e bem organizada que se propõe à uma luta pela justiça social e construção de um mundo novo, já aqui nesta Terra. Esta corrente age por meio da ideologização da fé e do inflamento da luta de classes - dos pobres e oprimidos contra os ricos e opressores - e dizem ser desafiados, assim como Moisés, diante do que o Senhor lhe falava através da sarça ardente, a ponto de concluir que Deus "o enviou para libertar o seu povo do sistema de escravidão que aprisiona os corpos e coloniza as mentes." [1] Este grupo muito bem organizado se chama Comunidades Eclesiais de Base - CEBs -, que não passam de um movimento ideológico-partidário influenciado por gurus esquerdistas que semeiam marxismo no seio da Igreja.
Segundo fontes do próprio site da organização, eles "Buscam relações mais fraternas, igualitárias e inclusivas. Superam a cultura machista e o clericalismo. Celebram os mistérios cristãos e assumem o compromisso de transformação da sociedade e a defesa da criação, a nossa casa comum." Um discurso um tanto quanto conhecido de todos nós e arraigado na nossa cultura e política - e também na religião. A questão das CEBs não é a sua ação atual, seus abusos litúrgicos, teológicos e doutrinários, condenados há muito tempo por pessoas muito mais gabaritadas que eu... A sua origem, sua visão de mundo e sua manipulação pelos partidos ideologicamente falhos é que são a fonte de todo mal que há e de todos os abusos e atos infundados ocorridos não apenas recentemente, mas ao longo de muitos anos de história e de "luta por um novo mundo".
A origem
O nascimento da organização que hoje conhecemos como CEBs nos leva a importantes conferências episcopais realizadas na América Latina, como Medellín (Colômbia, 1968) e Puebla de Los Angeles (México, 1979), respectivamente segunda e terceira conferência geral dos bispos deste continente, convocadas pelos santos padres Paulo VI e São João Paulo II, para tratar de assuntos referentes à evangelização dos povos do novo mundo. Medellín e Puebla são os dois amores da Teologia da Libertação - movimento eclesial marxista fortemente condenado pelos papas - e fonte indubitável de uma série de movimentos, organizações e associações ideológicas disfarçadas sob o aspecto religioso da opção preferencial pelos pobres e oprimidos. [2]
Os documentos apregoados por estas conferências afirmam a opção preferencial pelos pobres, mas não apenas aqueles que sofrem da falta de recursos monetários, também os que se entregam às drogas e outros sofrimentos humanos escravizantes também são considerados opções primeira do cristianismo, sendo auxiliados e resgatados pela Igreja. os documentos provenientes das conferências episcopais latino americanas não trazem nada de novo sob o sol, apenas atestam e revigoram à luz do Vaticano II - concílio ecumênico convocado por Paulo VI, assim como a conferência de Medellín - o segundo mandamento que Jesus nos deixou: amar aos outros como a si mesmo (Mt 22, 39; Mc 12, 30)
Para entender melhor o assunto, vide Doutrina Social: Opção Preferencial pelos Pobres? Disponível Aqui.
Quanto a isto, não há nada de errado em renovar os compromissos evangélicos de caridade para com os pobres e marginalizados e revigorar o ardor missionário para tal, mas há algo de muito errado na condução deste processo.
Visão de mundo
Se não há nada de contraditório e que justifique crítica às CEBs, o que há de errado com esta organização? Justamente o modo como vêem os pobres e os ideais que difundem ostensivamente. Basta uma simples procura no site das Comunidades Eclesiais de Base para perceber que este é um movimento ideológico com influências cristãs, e não o contrário. Basta ver qualquer uma de suas publicações nas redes sociais e perceber que não há nada de novo ali, apenas o velho socialismo, camisas e bandeiras vermelhas desfraldadas pelo ar, só que agora com cruzes de cedro e terço na mão - que ao invés de serem usados na oração, são erguidos por punhos cerrados.
A visão que os pais deste movimento espalham por ai é bem conhecida de muitos políticos populistas, socialistas e etc. Assim como na política, em qualquer discurso ideológico falsamente amparado com teologia cristã propagado pelas CEBs é repleto de lutas de classes e de argumentos marxistas que chegam a causar náuseas de tão esdrúxulos e escrotos que são. A luta de classes é uma manobra social defendida por Karl Marx para gerar revolta e união nos operários - explorados - a fim de que eles se revoltassem contra aqueles que lhe garantiam o salário no fim de cada mês - explorador. Acontece, que com o passar do tempo os operários deixaram de ser uma classe facilmente manobrável e que começou a se encantar mais facilmente com a ideia de ganhar dinheiro e ser livre e responsável por si. Com a perda dessa massa facilmente manobrável, os ideólogos e pensadores marxistas logo arranjaram outra classe de "pobres e oprimidos": as minorias. Gays, lésbicas, transexuais, negros, muçulmanos e mulheres foram adicionados à fila das minorias - que agora são quase maioria - defendidas por pessoas e partidos que confessam a religião do deus-estado. Para Karl Marx, "o que determina a conduta dos indivíduos é a consciência dos interesses de sua classe" [3], desta forma, o que move cada um dos indivíduos é aquilo que o coletivo quer, o que o grupo deseja, seja justiça social, seja melhores salários ou mais dignidade, tudo isso converge entre indivíduo e grupo em uma ligação mística e indubitável. A ideologia marxista não respeita o pressuposto de que cada homem e mulher, independente da classe ou do grupo reprimido ao qual pertence, é um ser único, com características pessoas diferentes dos demais, e com vontade e pensamento próprio, não apenas uma máquina controlada pelo sistema ou pela sua ideologia. Esta visão ideologicamente comprometida é fonte de muitos erros e heresias cometidas pela organização e por seus membros de maneira deliberada e até ingênua às vezes. São João Paulo II, em seu discurso de abertura na Conferência Geral dos Bispos Latino Americanos em Puebla, nos idos de 1979 fez duras críticas à Teologia da Libertação e sua maneira simplista e revolucionária de ver Jesus, que facilmente se torna herética. Disse o Santo Padre: pretende-se apresentar Jesus como um comprometido politicamente, como um lutador contra a dominação romana e contra os poderes e, inclusive, implicado na luta de classes. Esta concepção de Cristo como político, revolucionário, ou como o subversivo de Nazaré, não se compagina com a catequese da Igreja.[4]
Mas mesmo com as duras e incessantes críticas de todos os papas desde Pio XI, passando por São João Paulo II e Bento XVI que sofreram na pele os males do comunismo, até Francisco, o mal do comunismo disfarçado de cristianismo ainda perdura na Igreja.
Manipulação
No primeiro ano da década de setenta duas publicações religiosas - ou manifestos ideológicos camuflados de escritos religiosos -, "Teologia da Libertação. Perspectivas." obra escrita pelo peruano Gustavo Gutiérrez, e outra de autoria do conhecido Leonardo Boff, intitulada "Jesus Cristo Libertador", iniciaram um movimento ideológico dentro da Igreja Católica chamado Teologia da Libertação [5]. A TL - como o movimento é chamado popularmente - carrega em si um viés esquerdista e autoritarista, politicamente engajado e repleto de heresias... Algumas modernas e outras nem tanto. Os membros fundadores desta dita "corrente teológica" viram nas CEBs a convergência e capilaridade necessária para se infiltrar nas comunidades e espalhar por meio delas suas mensagens revolucionárias.
Sequer a opção preferencial pelos pobres - enquanto necessitados de conforto e caridade - foi preservada do estupro causado por essa linha de pensamento, que rouba a essência desta escolha primordial e faz com que seu sentido seja reordenado. Enquanto a opção preferencial por aqueles que padecem por necessidades temporais e espirituais é fruto compaginado do Evangelho, nos faz santos e verdadeiros cristãos. Já quando este caminho teológico-pastoral parte de uma visão fantasiosa de um mundo dividido em explorados contra exploradores e oprimidos contra opressores, tornamo-nos nada mais do que apenas outra cabeça de gado ante o rebanho que forma a massa de manobra utilizada para instaurar uma revolução silenciosa. As CEBs se tornaram um forte instrumento de difusão dos ideais socialistas diretamente no coração da sociedade: na Igreja Católica. Ao que confirma, em alguns de seus livros publicados, o intelectualóide Frei Betto - que não mais é frei -, conforme descrito a seguir pelo YouTuber e Influenciador Digital Bernardo Küster, em postagem no Facebook:
Sequer precisamos de fontes secundárias como Bernardo, podemos ir direto ao nascedouro desta teologia abjeta e destrutiva: Leonardo Boff e Frei Betto. Em seu site, Leonardo Boff repostou um texto de autoria do Frei Betto contando um pouco da história das Comunidades Eclesiais de Base e sua militância, com a qual " gente do povo se organiza, participa ativamente da vida social e também política no seu sentido mais vasto." [6]
A infiltração socialista é tamanha, que hoje as comunidades de base da Igreja Católica em todo o Brasil têm acesso aos conteúdos marxistas e gramcistas de forma indiscriminada, a ponto de acharem totalmente coerente abraçar o socialismo e o cristianismo ao mesmo tempo como forma de salvação.
[1] Carta do 14º Intereclesial das CEBs, disponível aqui;
[2] Igreja, Doutrina Social: Opção preferencial pelos pobres? Por Padre Paulo Monteiro Ramalho. Disponível aqui; [3] A luta de classes, por Ludwig Von Mises. Disponível aqui; [4] Discurso do Papa João Paulo II na Sessão Solene de Abertura da III Conferência Episcopal do Episcopado Latino-Americano em 28 de janeiro de 1979. Disponível aqui; [5] 40 anos da Teologia da Libertação por Leonardo Boff. Disponível aqui; [6] Frei Betto: Comunidades Eclesiais de Base: CEBs, publicado no site de Leonardo Boff. Disponível aqui.
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